TROVAS E QUADRINHAS
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Sou pequenina,
Do tamanho de um botão,
Trago papai no bolso
E a mamãe no coração.
Não sei se vá ou se fique,
Não sei se fique, ou se vá:
Indo lá, não fico aqui,
Ficando aqui não vou lá.
Pirulito que bate, bate
pirulito que já bateu.
Quem gosta de mim é ela,
quem gosta dela sou eu.
Meu benzinho, diga, diga,
Por caridade confesse,
Se você já encontrou
Quem tanto bem lhe quisesse.
Uma menina
Bem pequenina
Virou bailarina
Ao som do dó-ré
Ela sorri e dança
Na ponta do pé.
Lá vem a lua saindo,
Redonda como um botão.
Quem tem seu amor pertinho,
Não sofre do coração.
Menina dos olhos grandes,
Olhos grandes como o mar,
Não me olhe com teus olhos,
Para eu não me afogar.
Eu gosto da rosa branca
Pelo cheiro que ela tem.
Quem tem amor tem ciúme,
Quem tem ciúme quer bem.
Ninguém deixe amores velhos
Pelos novos que hão de vir,
Que os novos logo se acabam
E os velhos vêm a servir.
Meu amor me deu o fora
Pensando que eu vou chorar.
No prazo de meia hora
Botei outro em seu lugar.
Toda maré enche e vaza,
Deixa a praia descoberta...
Vai um amor e vem o outro:
Nunca vi coisa tão certa.
Cajueiro pequenino,
Carregadinho de flor,
Eu também sou pequenino,
Carregadinho de amor.
Lá vem a lua saindo,
Redonda como um botão.
Quem tem seu amor pertinho,
Não sofre do coração.
Sou pequenina,
De perninha grossa,
Vestidinho curto
Papai não gosta.
Alecrim, alecrim,
Alecrim dourado,
Que nasceu no campo
Sem ser semeado.
Alecrim na beira d’água
Pode estar quarenta dias.
Um amor longe do outro
Não pode estar nem um dia
Pirulito que bate, bate.
Pirulito que já bateu.
Quem gosta de mim é ela,
Quem gosta dela sou eu.
Se há noites frias e escuras,
Também há noites formosas.
Há risos nas amarguras.
Entre espinhos nascem rosas.
Mandei fazer um balaio
Pra guardar meu algodão.
Balaio saiu pequeno,
Não quero balaio, não.
Se essa rua fosse minha
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas de brilhantes
Para o meu amor passar.
​
PARA FESTAS JUNINAS
- Venha cá meu balãozinho,
Diga aonde você vai?
- Vou correndo, vou pra longe,
Vou pra casa do meu pai.
- Há, há, há, mas que tolice!
Nunca vi balão ter pai!
Fique quieto nesse canto
Que daqui você não sai.
AS VOZES DOS ANIMAIS
O pintinho faz piu, piu,
Faz o louro currupaco
O galo corocococó
E o capote tô fraco.
O peru faz glu, glu, glu
O cabritinho faz MÉÉÉ
O gatinho faz miau....
E eu só sei fazer: UÉ!
Do vovô sou o tesouro
Da vovó, a jóia rara
Da mamãe tenho o sorriso
Do papai a mesma cara.
Uma criança que salta,
Que canta, que ri e que chora,
É uma risonha aurora
Que o coração nos esmalta.
Não sei quem seja o autor
Desta sentença de peso:
O beijo é um fósforo aceso
Na palha seca do amor.
Dei-lhe o primeiro – corou...
Dei-lhe o segundo – sorriu...
Os outros que ela levou
Foi ela quem me pediu.
Eu quero bem às mulheres
Porque delas sou nascido;
Não quero que ninguém diga
Que sou mal agradecido.
Mata-me sim... de ventura,
Com mil beijos de ternura,
Sem ter dó,
Que eu prometo, anjo querido
Não desprender um gemido,
Nem um só!
