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PERDIDOS NO BOSQUE

Elemento central:  Exalta a solidariedade fraterna, a importância de estar atento a tudo e o gosto pelo mistério.

Síntese da história:   Irmãos vivem aventura na floresta e têm de se unir para vencer a adversidade.

Título da música:  Giroflê, giroflá

Recursos pedagógicos:  Narrativa.   Brinquedo cantado.   Linguagem gestual. Uso de símbolos.

 

No conto Perdidos no bosque há o uso recorrente de símbolos. Eles estão presentes na fumaça da casa avistada na floresta que os meninos traduzem por “há vida dentro dela”, e pelas figuras que aparecem nos sonhos das crianças formando uma mensagem criptografada que, quando decifrada, leva o conto a um final feliz.

Os sonhos neste conto são vividos, relatados e interpretados pelas crianças como símbolos que, depois de decodificados, vão ajudá-las a encontrar o caminho de volta, a felicidade do lar.

Sendo ficção, a presente história discorre de tal forma que os sonhos dos oito irmãos são ajustados um ao outro e, dessa forma, os protagonistas conseguem reunir os símbolos presentes e decifram a mensagem facilmente. Essa mensagem diagnostica o que aconteceu – o castigo de terem se perdido no bosque – e, ao mesmo tempo, ensina como resolver o problema: indo rumo a noroeste.

Mas, na vida real é sempre tão fácil explicar um sonho? Serão mesmo os sonhos avisos do nosso inconsciente? E por que eles vêm em forma de símbolos, no mais das vezes? Por que temos de interpretar o que sonhamos?

 

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Sobre o significado dos sonhos

 

Os sonhos foram estudados pelo pai da Psicanálise, o psiquiatra austríaco Sigmund Freud (1856-1939), e por alguns de seus seguidores, notadamente o suíço Carl Gustav Jung (1875-1961).

Segundo a psicanálise freudiana, e em termos bem simples, os sonhos são consequência da repressão de alguns dos nossos desejos. Esses desejos nos pareceriam tão absurdos no plano da consciência que só permitiríamos que eles aflorassem em sonhos e, mesmo assim, representados por símbolos.

Dentro do senso comum há o entendimento de que sonhos são mensagens e isso nos foi  transmitido muito antes de Freud. Um bom exemplo é o sonho do faraó, constante do Gênesis, primeiro livro da Bíblia, que pode ser contado antes ou depois dessa historinha, reforçando o conceito de simbólico que será relevante aos aprendizes em seus próximos anos escolares.

O importante é que a criança adquira a noção de metáfora, parábola, entendendo que uma imagem descreve outra, e perceba que o uso dos símbolos tem alguma razão de ser. O homem apela para eles quando – por qualquer razão – não é possível falar abertamente uma palavra ou discorrer sobre uma ideia. O símbolo é, assim, um recurso às proibições.

Um exemplo vívido são algumas músicas feitas durante o governo da ditadura militar no Brasil. Os compositores usavam a palavra cantar no lugar da palavra lutar, que era muito visada pela censura oficial. “...E no entanto é preciso cantar, mais que nunca é preciso cantar...” é um trecho da música “Marcha para a quarta-feira de cinzas”, de Carlos Lyra. Era comum usar noite para identificar opressão e dia, madrugada, aurora, para o momento da libertação.

Os símbolos são também sintetizadores de ideias, ideologias, religião. Exemplos disso são a suástica, a cruz e a foice junto ao martelo.

Os símbolos são usados à exaustão no setor industrial, comercial e de serviços, a tal ponto que muitos nem escrevem o nome do produto em propagandas, na certeza de que serão identificados apenas pelos desenhos, chamados logomarcas..

As cores também têm simbolismo quando usadas dentro de uma determinada área de atividade como segurança, alerta, etc.

 

Enfim, é infinito o uso de símbolos pelo ser humano e é, por isso, interessante tratar deles com as crianças.

Príncipe Illustrated
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